Narrativas. Tudo não passa de narrativas. Não porque não existam fatos. Os fatos são incontestáveis. Mas fatos não importam. O que é vital é a interpretação. Um carro e um pedestre podem colidir. O fato da colisão de dois objetos é incontestável. Muitos dirão que o carro atropelou o pedestre. Usarão a chave de proteger o mais frágil. Outros dirão que o pedestre atropelou o carro. Preferirão proteger o mais abastado. Raros investigarão o fato. Procurarão imagens. Entrevistarão as testemunhas e os atores, se possível. Neste causídico momento far-se-á pior cada dará sua opinião independente dos fatos, já que os fatos não importam, nunca importaram. Dirão que é evidentemente um evento sobrenatural ou ligado a extraterrestres ou talvez seja culpa do governo ou da oposição.
Veem como uma coisa é ligada a
outra? E de tanto se ligar a outras coisas mais externas perdem seu fundamento
ou radicalidade (raiz). Infelizmente
dizer que dois mais dois é quatro (o fato) não diz muita coisa. Se forem grãos
de arroz ou gomos de laranja fazem alguma diferença. Muito mais se forem
marmitas ou jacas. È preciso considerar
se estão verdes, maduras ou podres. O estado do objeto também faz diferença.
Espero, mesmo tendo ido tão longe, ter conseguido explicitar como o fato em si
depende complementos, ou seja, de ambientação, interpretação. Uma guerra num deserto e numa zona densamente
habitada não pode ser tratada do mesmo modo mesmo que mate rigorosamente o
mesmo numero de pessoas. Entretanto quando as narrativas perdem a objetividade
podem dizer que são iguais ou que a guerra no deserto é mais perigosa com base
em ideologia tirada de não sei onde.
Há incontáveis narrativas com base em passado fictício,
presente fictício ou futuro fictício que deturpam a realidade e criam
realidades paralelas absurdas. Sem nenhum pé na realidade porque trocaram a objetividade
por desejos mesquinhos (no sentido de pequenos e pessoais). Vendem-se sonhos e
pesadelos que são muito mais palatáveis que a insossa realidade. E se
multiplicam a tal velocidade que a inteligência alucina por não conseguir mais
processar fatos, realidades.
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