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sexta-feira, 11 de abril de 2025

Falta

 

A falta é um dos sentimentos mais complicados para o ser humano. É muito difícil lidar com o que é ausente. Como lidar com o que inexiste, ou o que importa é justamente sua inexistência momentânea. Imagine algo/alguém, um momento, um fato que você deseja mais que tudo mesmo que instantaneamente. E no momento seguinte, como passe de mágica aquilo some. Já não está lá. E nada do que você possa fazer pode retomar aquele momento de contemplação, simbiose, aprendizado, prazer, descoberta, etc.

Certamente a situação é muito complicada. Com certeza causa uma tristeza/decepção sem paralelo, pois é uma perda tão súbita que nenhuma racionalização/reação é imediatamente possível. Causa uma depressão, que embora seja aguda, pois a racionalidade sempre volta a operar, é profunda e desesperadora como qualquer queda abrupta das funções do cérebro ou da autoestima/desejo de sobrevivência.

Algumas circunstâncias emocionais da vida nos levam a isso. Pequena é a possibilidade de controlar. Mesmo não sendo impossível controlá-las, quase sempre não realizamos nenhum esforço no sentido de controlar essas situações. Geralmente estamos presos à sensação do momento que nos marcou tanto. Como se o universo estivesse preso e concentrado num determinado momento.

Por incrível que pareças, embora extremamente preciosos, estes magnânimos momentos não são necessariamente raros e podem até repetir-se com determinada frequência. Acontece com o crente fervoroso no culto ou missa. Do mesmo modo com o fanático torcedor em partidas de seu time. São momentos tão especiais que o seu término por contraposição são extremamente sentidos.

Os momentos mágicos de convivência com seres maravilhosos estabelecem a mesma dinâmica. Sentimo-nos vivendo um instante excepcional em sua presença, mas o baque após nos despedirmos desse momento mágico é trágico. É como se o mundo inteiro desaparecesse por instantes até que a situação pudesse ser compreendida e sublimada pela consciência. Afinal apesar de maravilhosos e singulares, não são únicos e não constituem toda a vida.

Bom... na falta de uma maior sensibilidade ou poética deixo meu texto assim. Fica assim, não tão bom, por falta de talento. Mas espero ter escrito legivelmente e provocado reflexões. Quem sabe um bom comentário. Quem sabe algo que traga mais luz à questão.

O sabiá sabia assobiar

  Assim cantou o sabiá Como sempre Sabia assobiar Com a melodia assombrar E o ritmo encadear O sol sobe e a lua baixa As estrela...