A falta é um dos sentimentos mais complicados para o ser humano. É muito difícil lidar com o que é ausente. Como lidar com o que inexiste, ou o que importa é justamente sua inexistência momentânea. Imagine algo/alguém, um momento, um fato que você deseja mais que tudo mesmo que instantaneamente. E no momento seguinte, como passe de mágica aquilo some. Já não está lá. E nada do que você possa fazer pode retomar aquele momento de contemplação, simbiose, aprendizado, prazer, descoberta, etc.
Certamente a
situação é muito complicada. Com certeza causa uma tristeza/decepção sem
paralelo, pois é uma perda tão súbita que nenhuma racionalização/reação é
imediatamente possível. Causa uma depressão, que embora seja aguda, pois a
racionalidade sempre volta a operar, é profunda e desesperadora como qualquer
queda abrupta das funções do cérebro ou da autoestima/desejo de sobrevivência.
Algumas
circunstâncias emocionais da vida nos levam a isso. Pequena é a possibilidade
de controlar. Mesmo não sendo impossível controlá-las, quase sempre não
realizamos nenhum esforço no sentido de controlar essas situações. Geralmente
estamos presos à sensação do momento que nos marcou tanto. Como se o universo
estivesse preso e concentrado num determinado momento.
Por incrível
que pareças, embora extremamente preciosos, estes magnânimos momentos não são
necessariamente raros e podem até repetir-se com determinada frequência.
Acontece com o crente fervoroso no culto ou missa. Do mesmo modo com o fanático
torcedor em partidas de seu time. São momentos tão especiais que o seu término
por contraposição são extremamente sentidos.
Os momentos
mágicos de convivência com seres maravilhosos estabelecem a mesma dinâmica.
Sentimo-nos vivendo um instante excepcional em sua presença, mas o baque após
nos despedirmos desse momento mágico é trágico. É como se o mundo inteiro
desaparecesse por instantes até que a situação pudesse ser compreendida e
sublimada pela consciência. Afinal apesar de maravilhosos e singulares, não são
únicos e não constituem toda a vida.
Bom... na
falta de uma maior sensibilidade ou poética deixo meu texto assim. Fica assim,
não tão bom, por falta de talento. Mas espero ter escrito legivelmente e
provocado reflexões. Quem sabe um bom comentário. Quem sabe algo que traga mais
luz à questão.