A ansiedade ou a angústia são sensações que muito nos incomodam. Nós sabemos o tanto que nos impacienta, irrita. Mas a ansiedade ou angustia é sem dúvida um motivatriz imperioso tanto para construir e acelerar a constituição de institutos, sejam estados nacionais, sejam personalidades quanto para destruir esses mesmos imperativos categóricos pessoais, legais ou estruturais.
O ser
angustiado é o que mais se determina em produzir. Isto quando não é preso pelo
contra-movimento arquitetado pelo mesmo sentir. O ser angustiado não pondera
faz. E quando erra conserta muito mais rapidamente que os outros, pois por ela
se move.
Vivemos numa
sociedade de medos paralisantes e cada vez menos angustias. O que é um dado
ruim, pois tendem a lentidão as histórias pessoais dos incautos covardizados
pela indústria do medo que impera e nossa sociedade. Hoje, mais profundamente
que no Feudalismo, o sujeito pode até morrer de inanição, mas resiste em sair
para a rua, para o espaço público.
É necessário
que tenhamos angústias, tesão em fazer as coisas. É vital que vivamos a cada
momento com o maior prazer possível e angustiados por um novo dia. Só quando
vivermos assim é que será possível reformar todo o entendimento das sociedades
e viável um novo entendimento estrutural. Não é possível conseguir viver num
mundo melhor se não tivermos uma extrema, constante e insuportável angústia por
justiça. Uma sede de democracia plena e uma fome de liberdade. É preciso viver
organicamente a sua própria história, avaliá-la por uma filosofia da história a
critério próprio. Igualmente necessário viver intensamente a história de seu
grupo, avaliando-a segundo critério coerentes. E finalmente, abreviando, é
vital viver a história da humanidade, com um espírito crítico e autocrítico exacerbado.