Perguntamos-nos
se a mudança da autonomia para a heteronomia seria um dos fatores que divide as
etapas da modernidade. E se em caso afirmativo, as obras de Franz Kafka são um
retrato dessa mudança? Buscamos investigar
se os livros de Franz Kafka retratam uma sociedade em que a política (enquanto
poder ou Estado) invade o domínio particular e substitui o papel central da
razão da primeira fase da modernidade pela opressão da cultura (no sentido mais
amplo que se possa dar à cultura). Assim a sujeição do Sujeito (Ego) ao Pai ou
ao Estado (Superego) na obra de Franz Kafka possivelmente retrate a mudança de
etapa na modernidade.
Assim
pensando na troca da autonomia pela heteronomia como uma das principais
condições para o surgimento de uma segunda etapa da modernidade, no livro Carta
ao pai de Franz Kafka, o autor demonstra ser oprimido por algo externo: seu pai
que lhe repassa os valores societários e reage, dentro de suas possibilidades
ao que lhe impede de ser tão autônomo quanto gostaria.
Na aurora
da modernidade como resposta à heteronomia da Idade Média, surge um sujeito
autônomo que garante sua autonomia usando a razão. Segundo Nery:
Com a inauguração dos
tempos modernos, o homem se torna o centro, a medida do conhecimento em que
tudo está estritamente ligada à razão. Daí a importância da compreensão da
modernidade para, então, se compreender como foi descoberta a ideia de sujeito,
de agente dominador. [...] Não é mais a vontade da divindade e entidades que
garantem ou definem o sentido do agir humano, é o próprio sujeito quem dá
significado à sua existência. O próprio indivíduo é responsável pelo progresso
ou decadência da sua vida. (NERY, 2011, p.34 e 35).
Nery afirma
que o grande propagador do projeto moderno, o Iluminismo, depositou uma
confiança cega e ilimitada na razão. Esta chegaria “a um estágio de
desenvolvimento que ela seria capaz de dissipar as trevas da ignorância que
obscurecem o espírito humano” (2011, p.35 e 36). E, partindo do mesmo
pressuposto, Habermas demonstra como a exacerbação dos valores da modernidade
conduz ao esvaziamento do sujeito.
O mundo de exteriorização
e apropriação das forças essenciais deve-se, por um lado, à dinamização do
conceito aristotélico da forma: o indivíduo desdobra suas forças essenciais
mediante sua própria atividade produtiva; e, por outro, à mediação conduzida pela
filosofia da reflexão do conceito aristotélico com o conceito de forma
estética: as objetivações, nas quais a subjetividade assume forma exterior, são
simultaneamente a expressão simbólica de um ato de criação consciente e de um
processo inconsciente de formação. A produtividade do gênio artístico é, por
isso, o protótipo para uma atividade em que autonomia e auto-realização se
unificam de tal modo, que a objetivação das forças humanas essenciais perde o
caráter coercitivo em face da natureza tanto externa como interna. (HABERMAS,
2000, p. 111 e 112).
Nery caracteriza mais detalhadamente esse
fenômeno que é a desconstrução do sujeito “onipotente” da primeira fase da
modernidade. Mostra como o capitalismo e a sociedade civil vão desarticulando e
mostrando o quão eram falsas as liberdades do início da modernidade até o seu
auge com Kant e depois Hegel. Nery mostra sobretudo como é a própria
radicalização do sujeito, ou melhor de sua individualidade que leva a isso:
Numa incessante busca do
seu bem-estar e uma supervalorização do EU, o indivíduo moderno torna-se frágil
e vulnerável á medida que se fecha para o outro e imerge dentro de si. Esse
individualismo estimulado pelo consumismo foi esvaziando o sujeito a tal ponto
que ele já não tem mais forças para lutar pelos ideais comunitários e transfere
a responsabilidade política para os partidos por não ter tempo disponível para
a “res publica” estando envolvido nos seus próprios negócios, em seu mundo,
cuidando dos seus interesses. [...] Todas as instituições, organizações e todos
os valores estão sendo esvaziados de sua substância. O saber, o poder, o
trabalho, o exército, a família, a Igreja, já não estão em funcionamento como
princípios absolutos e intangíveis. Há uma descrença geral em todos eles. [...]
Entretanto, o sistema funciona e as instituições se desenvolvem
multiplicando-se assustadoramente, a diferença é que agora num ritmo livre e
leve, no vazio e sem sentido. É preciso saber viver ou sobreviver nos “espaços
desativados”. (NERY, 2011, p.42 e 43).
Sigmund
Freud, que juntamente com Nietzsche e Marx, são responsáveis pelas três
investidas mais impactantes contra a autonomia do sujeito, propôs que o homem
além do eu (ego), é controlado por outras duas instâncias: o ID (instintos, o
original) e o Superego (a domesticação do Complexo de Édipo). Deste modo Freud
explica a formação do Superego como superação do Édipo e consequentemente uma
parte do Id (dos instintos) dentro do Ego (o Eu racional):
O superego, contudo, não
é simplesmente um resíduo das primitivas escolhas objetais do id; ele também
representa uma formação reativa enérgica contra essas escolhas. A sua relação
com o ego não se exaure com o preceito: ‘Você deveria ser assim (como o seu
pai)’. Ela também compreende a proibição: ‘Você não pode ser assim (como o seu
pai), isto é, você não pode fazer tudo o que ele faz; certas coisas são
prerrogativas dele.’ Esse aspecto duplo do ideal do ego deriva do fato de que o
ideal do ego tem a missão de reprimir o complexo de Édipo; em verdade, é a esse
evento revolucionário que ele deve a sua existência. É claro que a repressão do
complexo de Édipo não era tarefa fácil. Os pais da criança, e especialmente o
pai, eram percebidos como obstáculo a uma realização dos desejos edipianos, de
maneira que o ego infantil fortificou-se para a execução da repressão erguendo
esse mesmo obstáculo dentro de si próprio. Para realizar isso, tomou
emprestado, por assim dizer, força ao pai, e este empréstimo constituiu um ato
extraordinariamente momentoso. O superego retém o caráter do pai, enquanto que
quanto mais poderoso o complexo de Édipo e mais rapidamente sucumbir à
repressão (sob a influência da autoridade do ensino religioso, da educação
escolar e da leitura), mais severa será posteriormente a dominação do superego
sobre o ego, sob a forma de consciência (conscience) ou, talvez, de um
sentimento inconsciente de culpa. (FREUD, 1927)
O fundador
da psiquiatria mostra que o Superego (ou ideal do Ego) tem uma natureza tanto
histórica quanto biológica o que o aproxima muito do tipo de construção que
Piaget, Genet e os estruturalistas proporiam bem depois. Mas a coincidência se
resume apenas a essa conjunção biológico temporal, pois Freud privilegia os aspectos
morais. Desse modo, Freud demonstra como os valores de autoridade são
internalizados. Mostra que através do desejo do poder do pai que tem a posse do
que mais deseja, o menino passa a incorporar os valores do pai por cópia. Tudo
isso graças ao processo de domínio do Complexo de Édipo:
Erigindo esse ideal do
ego, o ego dominou o complexo de Édipo e, ao mesmo tempo, colocou-se em
sujeição ao id. Enquanto que o ego é essencialmente o representante do mundo
externo, da realidade, o superego coloca-se, em contraste com ele, como
representante do mundo interno, do id. Os conflitos entre o ego e o ideal, como
agora estamos preparados para descobrir, em última análise refletirão o
contraste entre o que é real e o que é psíquico, entre o mundo externo e o
mundo interno. (FREUD, 1927)
Ele também
demonstra, o que é mais importante para nossa tese, que o processo não termina
neste momento, mas prossegue por toda a vida como incorporação da autoridade.
Afirma ele:
É fácil demonstrar que o
ideal do ego responde a tudo o que é esperado da mais alta natureza do homem.
Como substituto de um anseio pelo pai, ele contém o germe do qual todas as
religiões evolveram. O autojulgamento que declara que o ego não alcança o seu
ideal, produz o sentimento religioso de humildade a que o crente apela em seu
anseio. À medida que uma criança cresce, o papel do pai é exercido pelos
professores e outras pessoas colocadas em posição de autoridade; suas injunções
e proibições permanecem poderosas no ideal do ego e continuam, sob a forma de
consciência (conscience), a exercer a censura moral. A tensão entre as
exigências da consciência e os desempenhos concretos do ego é experimentada
como sentimento de culpa. Os sentimentos sociais repousam em identificações com
outras pessoas, na base de possuírem o mesmo ideal do ego. [...] A religião, a
moralidade e um senso social - os principais elementos do lado superior do
homem - foram originalmente uma só e mesma coisa. Segundo a hipótese que
apresentei em Totem e Tabu, foram filogeneticamente adquiridos a partir do
complexo paterno: a religião e a repressão moral através do processo de dominar
o próprio complexo de Édipo, e o sentimento social mediante a necessidade de
superar a rivalidade que então permaneceu entre os membros da geração mais
nova. (FREUD, 1927)
Em seu
livro Totem e Tabu, Freud, falando sobre obsessão (dos neuróticos),
afirma que “a [...] mais óbvia coincidência das proibições obsessivas [...] com
o tabu está em que são igualmente desprovidas de motivação e enigmáticas em sua
origem” (2013, p. 21). Há um paralelo formidável também com a internalização da
autoridade pelo superego, que embora descrito pelo psiquiatra como forma de
superação do Complexo de Édipo, atua de maneira inconsciente como intromissão
do Id no Ego. Freud prossegue a explicação:
Apareceram um belo dia e
têm de ser observadas, devido um medo invencível. É desnecessária uma ameaça de
castigo externa (uma consciência) de que a transgressão ocasionará uma
intolerável desgraça. O máximo que um doente obsessivo pode comunicar é o vago
pressentimento de que uma determinada pessoa de seu ambiente será prejudicada
por tal transgressão. Não se sabe qual será este prejuízo, e mesmo essa pouca
informação é obtida mais por ocasião dos atos expiatórios e defensivos [...] do
que das proibições mesmas. (FREUD, 2013, p. 21 e 22)
Como
podemos notar, há mais semelhanças ainda entre os tabus e as determinações do
superego para as quais a sanção apesar de temida não é clara, possivelmente até
desconhecida. É bom lembrar que essas determinações do superego constituem
segundo as próprias palavras de Freud o mais nobre de nosso ego. Estão
relacionadas à nossa civilidade como podemos encontrar em outro livro dele: O
mal estar da civilização onde demonstram que as instituições civilizatórias
como escolas e igrejas castram o que há de mais natural e original no sujeito,
mas possibilitam a civilização, a convivência civilizada.
É sobre
esse caldo todo que procuraremos entrecruzar as informações e tentar demonstrar
a factibilidade da tese que é o máximo que poderemos fazer, provar sua
veracidade fica para pesquisadores mais argutos e com maior conhecimento das
partes. Primeiro é preciso demonstrar uma possível relação entre a compreensão
filosófica e a psicológica da passagem da primeira para a segunda fase da
modernidade.
Depois será tentado correlacionar a obra Carta ao Pai de Franz Kafka com as
manifestações do superego e as mudanças ocasionadas pelo período, tanto do
surgimento no autor do superego quanto com as relações societárias percebidas a
partir da segunda fase do modernismo.
Cabe então
fazer uma breve contextualização, já que o início já está longe, tentando
correlacionar os conceitos sobre a mudança da percepção entre as fases da
modernidade. É interessante lembrar que a primeira fase está alicerçada (ou
fundada, não sei qual termo expressa melhor) na autonomia do sujeito, ou seja,
de um eu (ego) independente. É bom lembrar que o mais autentico da modernidade,
o iluminismo, firma-se precisamente na oposição entre a idade da luz (da razão,
podemos traduzir precariamente em um ego) e a idade das trevas (onde a razão
não tem domínio, portanto anterior ao ego o que pra Freud seria um Id ainda não
domesticado) .
A segunda fase da modernidade surge exatamente da descoberta de que o sujeito
não é tão autônomo como se pensava.
Curiosamente o superego é exatamente a constatação feita por parte do Id ao
domínio egóico. Para Freud, ao contrario do que comumente se pensa as três
instancias
não são independentes, sequer são definitivamente separadas. Há uma parte do Id
(inconsciente) restante dentro do Ego (consciente) e parte desse Id se
transforma em Superego. Essa parte do Inconsciente transformada se transforma
numa instancia que está sempre a cobrar as falhas do Ego. A segunda fase da
modernidade não nasce justamente com esse pensamento: a fragilidade do sujeito
(eu, ego) ou da racionalidade do sujeito ou do sujeito racional? Obviamente
raciocinar por paralelismos não pode assegurar veracidades, só garante
semelhanças, mas o que se pretende é tão somente levantar um assunto,
demonstrar sua viabilidade.
Rosa afirma
que Franz Kafka “[...] trata de modo constante e progressivo o tema da Lei e,
em especial, da Lei paterna”. Ela
exemplifica isso ao revelar que o escritor considerou
a possibilidade de publicar um volume intitulado "Punições", que
incluiria as obras: O veredicto (1912), A metamorfose (1915) e Na Colônia Penal
(1914). Ao descrever a obra, Rosa mostra como a sombra da autoridade paterna
debilita o autor:
Em O Veredicto (KAFKA,
1998[1912]), surpreendemo-nos com o despertar aparentemente imotivado e
caprichoso da ira paterna, ira que dará lugar ao enunciado de uma sentença de
morte ("eu o condeno à morte por afogamento") que o filho se
apressará em cumprir. Em A Metamorfose (KAFKA, 1965[1915]), um dia o filho
acorda transformado em inseto e enfrenta o poder destrutivo do pai. Em Na
Colônia Penal (KAFKA, 1998[1914]), temos um observador que assiste a uma
cerimônia de tortura e execução, cerimônia levada a efeito por uma máquina,
operada por um oficial, que escreve nas costas de cada condenado a sentença que
lhe cabe: o sujeito recebe assim, na carne, o peso da Lei.
A própria perda de potencia do sujeito na segunda fase da
modernidade está também bem expressa em Kafka, segundo Carone apud Rosa:
[...] diante do impasse moderno da perda da noção de totalidade, aquele
que narra, em Kafka, não sabe nada ou quase nada sobre o que de fato acontece -
do mesmo modo, portanto, que o personagem. Trata-se, quando muito, de visões
parceladas, e é essa circunstância que obscurece o horizonte da narrativa e
obriga quem lê a mapear por dentro a falsa consciência se se quiser, a
alienação -, pois o narrador não tem chance de ser um agente esclarecedor ou
'iluminista' (CARONE apud ROSA).
Outros traços como a perversidade do Superego e como ele
fragiliza o Ego com as suas constantes criticas infundadas também estão
presentes em Kafka. Benjamin apud Rosa mostra como em vários livros de Kafka,
[...] o pai é a figura que pune. A culpa o atrai, como atrai os
funcionários da Justiça. Há muitos indícios de que o mundo dos funcionários e o
mundo dos pais são idênticos para Kafka. Essa semelhança não os honra. Ela é
feita de estupidez, degradação e imundície. O uniforme do pai é cheio de
nódoas, sua roupa de baixo é suja. A imundície é o elemento vital do
funcionário (BENJAMIN apud ROSA).
O sujeito (ou o ego) é tão fragilizado que mesmo o pai,
embora sua autoridade persista se torna o mesmo nada que os personagens
angustiados de Kafka. É como se os homens fosse niilizados segundo Rosa:
A atração pela culpa une o pai aos funcionários da Justiça,
degradando-os e lançando na abjeção o mundo do funcionalismo e em seu
funcionamento burocrático. Se nos servirmos da teoria da burocracia, tal como a
concebeu Max Weber (2010) em seu A ética protestante e o espírito do
capitalismo, encontramos entre seus elementos definidores uma impessoalidade
que faz com que os funcionários se limitem a cumprir tarefas em um
funcionamento considerado completamente previsível, dado que fundado em normas
e regulamentos rígidos que acabam sendo um fim em si mesmos. Além dessa última,
a burocracia gera disfunções tais como um formalismo excessivo, uma
conformidade à rotina, uma incapacidade de lidar com a informalidade e a
variabilidade humana e, essencial para o que nos interessa no momento, uma
despersonalização. Posto isso, ao aproximar o pai dos funcionários da Justiça,
Kafka deixa subentendida uma leitura da função paterna não apenas pela via de
uma satisfação pulsional perversa, uma vez que atraídos pela culpa, mas também
pela via da burocracia, ou seja, da impessoalidade, da despersonalização, [...]
do anonimato.
Portanto, os textos de Kafka, de forma metafórica
espelham o seu tempo com sujeitos debilitados e oprimidos por suas obrigações,
por uma sociedade burocrática. A burocracia é fruto da modernidade e é exaltada
por Hegel, por exemplo, um dos filósofos que mais exaltaram o progresso do
mundo moderno e a sociedade burocrática como espaço da liberdade. Kafka
demonstra exatamente o oposto, pois, apoia-se no espirito de seu tempo já
bastante influenciado pela alienação de Marx, o Inconsciente de Freud e a crítica
da razão de Nietzsche.
Basta ler trechos do inicio da carta de Franz Kafka a seu
pai para perceber como o poder paterno repercute nele como um apequenador que o
torna quase um não-sujeito. Mostra como o psicológico torna a autoridade do
pai, mesmo fora de seu papel típico, grandiosa e assustadora. Vejamos:
Querido Pai:
Você me perguntou recentemente por que eu afirmo ter medo de você. Como
de costume, não soube responder, em parte justamente por causa do medo que
tenho de você, em parte porque na motivação desse medo intervêm tantos
pormenores, que mal poderia reuni-los numa fala. [...] também ao escrever, o
medo e suas consequências me inibem diante de você e porque a magnitude do
assunto ultrapassa de longe minha memória e meu entendimento. [...]
Naturalmente não digo que me tornei o que sou só por influencia sua. Seria
muito exagerado (e até me inclino a esse exagero). É bem possível que, mesmo que eu tivesse crescido totalmente
livre da sua influência, eu não pudesse me tornar um ser humano na medida do
seu coração. Provavelmente seria um homem sem vigor, medroso, hesitante,
inquieto [...], mas completamente diferente do que sou na realidade [...] Eu
teria sido feliz por tê-lo como amigo, chefe, tio, avô, até mesmo (embora mais
hesitante) como sogro. Mas justamente como pai você era forte demais pra mim,
principalmente porque meus irmãos morreram pequenos, minhas irmãs só vieram
muito depois e eu tive, portanto, de suportar inteiramente só o primeiro golpe,
e para isso eu era fraco demais. (KAFKA, 1997, p.7, 9 e 10)
Como se vê demonstrando muitos dos os elementos do mito
da formação do superego, tal como a fragilidade com relação ao adulto que detém
poderes que ele não dispõe e que torna a luta desigual. No mesmo livro estão presentes também o temor
da autoridade provocado pelo superego e a fragilização da autonomia do sujeito
que mesmo podendo decidir sem nada que materialmente ou realmente o entrave, se
torna um vacilante, inseguro das decisões mais seguras que pudesse tomar.
Referencias:
KAFKA, Franz. Carta
ao Pai. São Paulo: Companhia das letras, 1997. 88p.
FREUD, Sigmund. Ego,
Id e outros trabalhos – volume XIX de Obras Completas de Freud. Londres:
Hogarth Press e Instituto de Psicanálise, 1927.
FREUD, Sigmund. Totem
e Tabu. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2013. 169p.
HABERMAS, Jürgen. O
discurso filosófico da modernidade. São Paulo: Martins Fontes, 2000. 540p.
NERY,
Daniel. A discussão filosófica da modernidade e da pós-modernidade. Μετάνοια,
São João del-Rei/MG, n.13, 2011 in http://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/revistalable/3_DANIEL_NERY_DA_CRUZ.pdf
(http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1984-0292)
ROSA,
Márcia. Franz Kafka: a ultrapassagem da
burocratização da instância paterna e da voz áfona do supereu. Fractal : Revista de Psicologia vol.23 no.2.
Rio de Janeiro, 2011 in (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1984-0292)