Toda a história do mundo não é composta por grandes atos isolados. Toda a história é fruto de uma contingência histórica anterior. Nada de grandioso acontece sem que se tenha criado um ambiente para o seu aparecimento. Por isso, insisti tanto nos primeiros minutos de hoje no longo texto sobre a dialética histórica. Sobre a ideia de que a síntese histórica é um efeito particular de seus termos anteriores: tese e antítese. Pode ser explicado por estes, mas não como uma adição, mas como uma reação química sobre a qual pouco se conhece dos reagentes e muito menos do ambiente.
A grande
história é composta por centenas, talvez milhares, de pequenas historias. As
historias individuais interferem à sua maneira nas histórias dos grupos, as dos
grupos no das sociedades. Histórias menores são costuradas de maneiras
particulares nas historias maiores. Por essa razão toda ação é histórica. Toda
reação também o é. Mas o papel ocupado por cada historia menor nas maiores é
sempre imprevisível, dado a enorme quantidade de variáveis que tornam imprecisa
as análises.
Dessa
limitação surge a ideia idealista do espírito da história em Hegel, prontamente
refutada por Karl Marx que cai num mesmo fatalismo de Hegel por esse excesso de
crença na na racionalidade instrumental. A mesma crença no progresso de Hegel,
metamorfoseada num novo esclarecimento levantamento da massa proletariada criada
pelas condições históricas da iminente crise do capitalismo. A crença no
progresso de Hegel chegava no fim da história. A de Marx, no fim do
capitalismo: o Comunismo.
Mas, pouco
importam essas considerações. O importante mesmo é a validade ética de devemos
agir pelo bem do todo porque embora desconheçamos os efeitos históricos a médio
prazo, sabemos que fizemos a nossa parte e do que depender de nossa pequena
história, influenciamos a grande história dentro da nossa capacidade, para
obter os melhores resultados possíveis de acordo com as circunstâncias
existentes. Assim, a política é o ato público, é interação, sabes que somente a
ação pode modificar a história.