Pensar custa
dois cafés. E café anda caro pela rua. Talvez ainda seja de graça em São Jorge,
beira da Chapada dos Veadeiros. Provavelmente não. Possivelmente nem o vilarejo
pacato no meio do nada seja mais. Talvez o ambiente civilizado numa bucólica
vila exista mais. Talvez não seja mais possível andar liricamente pelo amplo
espaço vazio.
Mas não é
dessa liberdade e libertarismo que falo. São Jorge talvez esteja apenas na
imaginação de todos nós brigando com o dragão na lua. Linda imagem que todos gostaríamos
de que fosse real. Mas a racionalidade da maioria por inúmeras impossibilidades
entende que não passa de um mito, uma metáfora.
É preciso ter
fé em um enumerado de coisas senão não vivemos. Pra viver numa civilização
temos que aceitar um acordo metafisico que poderíamos chamar de contrato
social. Há vários deles. Todos temos restrições a eles. Mas nos submetemos a
uma grande parcela deles em nome da sociabilidade.
Sim, eles
podem ser questionados. E todos devemos questionar eles. Questionar a tudo, mas
questionar, elaborar. Não querer o império da nossa vontade, do nosso desejo.
Infelizmente São Jorge não pode lutar na lua com o dragão do pecado só porque é
uma imagem linda, porque desejamos. Para que as coisas mudem deve-se ter uma
boa razão para que mudem. Devem ter uma razão permanente até que outro arranjo
melhor apareça. Uma razão momentânea não vale também por melhor que seja, pois
o que é bom hoje, amanhã pode não ser.
Devemos
confiar em parâmetros como os científicos? Claro! Enquanto são plausíveis. No momento
em que se tornarem mais problemáticos que resolutos a própria ciência o
abandonará. A ciência tem a verdade? Não, ninguém a detém. Como bom filósofo sempre lembro que há veracidades,
verossimilhanças, nunca a verdade, a não ser a inatingível dos platônicos,
cartesianos que a tem como molde, moldura, não como conteúdo ou o inverso como essência
inatingível pelo concreto, pelo material.
Confiar,
desconfiando deveria ser um bom lema!
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