Acode o turno o trabalhador
Acorde o povo seja onde for
A pátria pare demasiado lento
Amamenta seu povo
O ventre da pátria rasgado
Costura-se com o que se tem
Um ponto pra cá outro pra lá
Um zigue-zague de caminhões, de trens
Cheira diesel no ar
O pouco trem é elétrico
Aviões de carga cruzam o país
O povo cá em baixo reza
Pra ter seu quinhão
Pra ganhar no bolão
Pra sobrar gorjeta do milhão
Pra salvar seu ofício da extinção
Pra tirar dos restos da mesa seu quinhão
Pra ter alguma rosa no esporão
Assim anda o povo
Sem transporte
Sem ofício
Sem perspectiva
Sem trilho a caminhar
E quem para é atropelado
Pelo trem, pelo caminhão, pelo avião
Pela vida
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