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sábado, 25 de outubro de 2025

Desgosto

Acode o turno o trabalhador

Acorde o povo seja onde for

A pátria pare demasiado lento

Amamenta seu povo

O ventre da pátria rasgado

Costura-se com o que se tem

Um ponto pra cá outro pra lá

Um zigue-zague de caminhões, de trens

Cheira diesel no ar

O pouco trem é elétrico

Aviões de carga cruzam o país

O povo cá em baixo reza

Pra ter seu quinhão

Pra ganhar no bolão

Pra sobrar gorjeta do milhão

Pra salvar seu ofício da extinção

Pra tirar dos restos da mesa seu quinhão

Pra ter alguma rosa no esporão

Assim anda o povo

Sem transporte

Sem ofício

Sem perspectiva

Sem trilho a caminhar

E quem para é atropelado

Pelo trem, pelo caminhão, pelo avião

Pela vida

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