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segunda-feira, 5 de maio de 2025

A modéstia vale alguma coisa?

 


O filosofo Arthur Schopenhauer afirmava que a modéstia não era nada “senão uma humildade hipócrita pela qual um homem pede perdão por ter as qualidades e os méritos que os outros não têm”. Assim temos um bom começo para discutir a modéstia, visto que outro filósofo afirmou que “antes uma falsa modéstia que modéstia nenhuma”. Esta ação ética, como muitas outras é controversa em seus resultados: muitos dizem, inclusive Nietzsche e Schopenhauer, que a modéstia é para homens pequenos. Aristóteles dizia que a modéstia leva ao sofrimento e a infelicidade.

Mas para muitos filósofos, principalmente os que existiram enquanto o humanismo ainda era preponderante, acreditavam que a modéstia tinha enorme valor. Sendo inclusive um dos pilares da ética humanista cristã, no início do humanismo e antes da religião preponderante passar a ser a ciência, quando os homens trocaram a fé em um ser superior e a posterior é no ser (em si mesmo ou na humanidade) por uma fé injustificada eticamente (logo, logo também pragmaticamente) na técnica.

Hoje num tempo em que não somos, o ser não é, somente existe ou inexiste, em que vale muito mais nossos desejos que nossas convicções, a questão da modéstia ou do orgulho tem nenhuma importância. Afinal, o ser não é, nem pode ser. Existe sem nenhuma substância, nenhuma consistência, é apenas um pequeno pedaço do movimento da história. Num tempo assim, em que mesmo em um microcosmo não somos, a própria percepção disso: um senso de realidade denominado por muitos de humildade não tem nenhum valor? Ou será que as discussões anteriores prevalecem, mesmo com o passar do tempo e o fim das condições que criaram o humanismo? Creio que essa é uma discussão que merece muitos argumentos e um bom futuro. Pessoalmente, eu creio que a modéstia continua a ser sempre a melhor política.

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