O filosofo Arthur Schopenhauer afirmava que a modéstia não era nada “senão uma humildade hipócrita pela qual um homem pede perdão por ter as qualidades e os méritos que os outros não têm”. Assim temos um bom começo para discutir a modéstia, visto que outro filósofo afirmou que “antes uma falsa modéstia que modéstia nenhuma”. Esta ação ética, como muitas outras é controversa em seus resultados: muitos dizem, inclusive Nietzsche e Schopenhauer, que a modéstia é para homens pequenos. Aristóteles dizia que a modéstia leva ao sofrimento e a infelicidade.
Mas para
muitos filósofos, principalmente os que existiram enquanto o humanismo ainda
era preponderante, acreditavam que a modéstia tinha enorme valor. Sendo
inclusive um dos pilares da ética humanista cristã, no início do humanismo e
antes da religião preponderante passar a ser a ciência, quando os homens
trocaram a fé em um ser superior e a posterior é no ser (em si mesmo ou na
humanidade) por uma fé injustificada eticamente (logo, logo também
pragmaticamente) na técnica.
Hoje num tempo
em que não somos, o ser não é, somente existe ou inexiste, em que vale muito
mais nossos desejos que nossas convicções, a questão da modéstia ou do orgulho
tem nenhuma importância. Afinal, o ser não é, nem pode ser. Existe sem nenhuma
substância, nenhuma consistência, é apenas um pequeno pedaço do movimento da
história. Num tempo assim, em que mesmo em um microcosmo não somos, a própria
percepção disso: um senso de realidade denominado por muitos de humildade não
tem nenhum valor? Ou será que as discussões anteriores prevalecem, mesmo com o
passar do tempo e o fim das condições que criaram o humanismo? Creio que essa é
uma discussão que merece muitos argumentos e um bom futuro. Pessoalmente, eu
creio que a modéstia continua a ser sempre a melhor política.
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