Engels diz que
"a história é o mundo das intenções inconscientes e dos fins não
desejados" (CASTORIADIS, 1982, p.59). Essas afirmações colocam a história
no escuro, ao sabor de um acaso não determinável. Mostra toda a herança
hegeliana em Marx e Engels, praticamente ratificando o famoso Espírito da
História, que dialeticamente "dá uma vida própria à história".
Portanto,
"o hegelianismo como podemos em verdade ver, não está ultrapassado. Tudo o
que é e tudo o que será real, é e será racional. Que Hegel pare esta realidade
e esta racionalidade no momento em que aparece sua própria filosofia, enquanto
que Marx as prolonga indefinidamente até e inclusive a humanidade comunista,
não enfraquece o que dizemos, antes o reforça. O império da razão que, no
primeiro caso, englobava (por um postulado especulativo necessário) o que já
está dado, estende-se agora também a tudo o que poderá ser dado na história. O
fato de que o que podemos dizer desde agora sobre o que será torna-se cada vez
mais vago na medida em que nos afastamos do presente, provém de limitações
contingentes do nosso conhecimento e sobretudo de que se trata de fazer; o que
há por fazer; hoje e não de "dar receitas para as cozinhas socialistas do
futuro". Mas esse futuro está desde já fixado em seu princípio: ele será
liberdade, como o passado e o presente foram e são necessidade"
(CASTORIADIS, 1982, p.56).
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