Quem era Kaique? Sei lá? Me mandaram contar a história.
Tinha ele um caiaque? Seria o Kaique do Caiaque? Não sei. Só sei que me deram
essa ingrata tarefa. Se brincar é um desses vereadores eleitos pela balsa do Espirito Santo. Um funcionário do Pedro Iram (PIPES) ou um dos vendedores das
bordas.
Bom... tem duas chances maiores: Palmas ou Tocantinópolis.
Ou sei lá, era de Lajeado mesmo. Não importa. Com esse nome duvido que fosse
apenas um vereador. Deve ter sido deputado estadual ou até federal. Senador
ainda não. Não duvido no futuro ter um Leozinho do Jet-ski, mas hoje ainda não
cabe.
Não me informaram nada desse Kaique. Será que
tem sigilo nessa investigação? Vou procurar um promotor pra ver se abre pra mim
as informações. Se não der certo, vou ter que procurar um juiz. Mas se o diabo
do Kaique for o procurador ou juiz? Ah! É melhor eu inventar a história. Depois
o editor transforma a história na que ele quiser.
O nosso tão famoso e benquisto Kaique nasceu
em uma cidade da região norte. É a maior e a menos povoada do país.
Provavelmente no Tocantins ou em algum estado que faz divisa com o Tocantins.
Se for assim tem mais chance de ser do Nordeste ou do Centroeste. Da região
norte só o Pará faz divisa com o Tocantins. Do Nordeste, Bahia, Piauí e
Maranhão. Do Centroeste, Goiás e Mato Grosso.
Como eu sou o narrador e me interessa coloca-lo
como natural de Porto Alegre do Tocantins, cidade onde fica o projeto de
irrigação Manoel Alves, vai ficar assim. Vai ter que comer muito abacaxi,
melancia e manga na infância. Laranja, limão e mixirica também. Sorte dele! Hoje
se fosse lá só iria comer ração de porco, digo soja e gramíneas como o milho.
Teria sorte se chupasse uma cana restante em alguma plantação. As frutas? Essas
desapareceram.
Certamente muito cedo migrou para Natividade, Porto
Nacional ou Palmas. Ou para Porto Nacional e de lá pra Palmas. Com vias futuras
de migrar para o outro lado do rio, quer dizer, novamente Porto Nacional se a
região não se emancipar. Por sua afinidade com a agua certamente deve trabalhar
numa náutica ou na marinha. Ou seja, ou regula a ocupação das margens do lago
do Lajeado ou vende motos náuticas, jet skis, caiaques e lanchas.
Talvez até plante coqueiros nas margens do rio
para lembrar da feliz infância no Manoel Alves. Se plantar coqueiros, podia me arranjar
uns cocos. Ficaria feliz de terminar essa história bebendo uma água de coco. Mas
sei que não vai dar então tchau! Fim. Caba logo, sô!