A razão sai-me da cabeça
Para dominar o mundo
O universo se rebela
Não quer ser contido
Especificado
De que espécie é o universo, Lineu?
Tudo tem que estar numa caixinha
Bem organizado
Né, Marie Kondo?
Mas eu devaneio
Junto os reinos
Coloco as espécies nas expressividades
Junto formigas e besouros de olhos azuis
E o carvão ao olho do carcará
Sonho com salada de borboletas
Regadas a mel
Pulgas tomando banho
No meu vira-lata
O vira-lata sou eu
Ele é o lorde em sua mansão
Eu tomo a rua como minha vida
E respiro o caos
Ordem? Pra quê? Pra quem?
Socorro! Quebrei o meio-fio
Quebrei o meu fio
Alguém tem um novo violão
A música tem que parar
A poesia incomoda
Resiste, persiste
Eu? Eu vou embora.
Poesia não tem eu.
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