Todos sabemos que o pensamento de cada época foi norteado por seu respectivo paradigma. Pelo menos assim nos parece após o livro Estrutura das Revoluções Científicas, do físico Thomas Kuhn. Os paradigmas são teorias fundamentais que foram baseadas cada qual em um tipo específico e diferenciado de ciência. Primeiro, na fase pré-científica, numa não ciência: a mitologia. Depois numa ciência pura: a matemática. Depois nas ciências aplicadas: uma física predominante sobre a biologia principalmente. Com o advento da psiquiatria, uma acentuação para o lado da biologia. Depois uma desconstrução de teorias universalistas e uma série de teorias específicas com pretensões paradigmáticas: baseadas no cinema, na antropologia cultural, na economia, ressurgimento das teorias mitológicas, teorias nucleares. Finalmente uma tentativa ainda em ação de uma síntese dessas diferentes teorias num paradigma tão abrangente como a ecologia como ciência.
Na verdade eu
escrevi tudo isso só pra propor minha visão nesse assunto ( a qual posso mudar
após discutirmos, mas creio ser razoável): creio que deveríamos esquecer a
construção de um novo paradigma, como tal científico, e em vez disso aceitarmos
a política (não a ciência política) como pensamento fundamental. Digo, a
política na sua concepção mais clássica, que teve seu significado recuperado
por filósofos como Hannah Arendt e Jürgen Habermas, como um domínio do diálogo
e da criação de acordos, cuja a coerência não cabe a nenhum outro saber.
Nós sabemos
que todos os paradigmas como científicos tentaram descredenciar suas falhas
como o ganso verde que não pode ser ganso porque todos gansos são brancos então
vira um fanso pra não estragar a teoria. Algo que viesse da política não teria
essa falta de flexibilidade e não necessitaria descredenciar nenhum argumento
assim tão facilmente.
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