A União Democrática
Nacional (UDN) até a década de 60 do século passado eram os paladinos da
moralidade. Foram os primeiros a achar que todos, ou quase todos. os problemas
do país se resolveriam com o fim(?) da corrupção. No fim da década de 70,
consolidando nos anos 80 nasce o Partido dos Trabalhadores fruto dos sindicatos
de operários e das comunidades eclesiais de base herdando a plataforma menos
moralista, mas ainda centrada na ideia de que a corrupção atravancava o
progresso do país. Na última década do século passado surgem partidos como o
PSDB e PL que passam a pregar que o que falta é técnica, que tem politica
demais. Começam a aparecer os candidatos que administrariam os Estados como se
fossem empresas.
Visões parciais
que acreditavam que o roubo provocava maior mal que a incompetência. Uma
ingenuidade ululante descrer na burrice como um mal que pode superar qualquer
outro. Outros de que apenas saber administrar resolve o problema como se estivéssemos
nas repúblicas de Hitler ou Stalin, num totalitarismo. Em nenhum outro regime o
consorte consegue realizar tudo o que quer. Nem na tirania é possível. Porque
até nela há oposição. Nem todo desejo vira fato. Fora do Totalitarismo é
preciso manha, artimanha ou negociar, ou seja, política.
Na verdade, todos
eles sabiam que legislar e governar é ilimitadamente mais complexo que se
prender a simples maniqueísmos: Roubo/Ingenuidade; Técnica/Política. Qualquer
dicionário de antônimos não reconhece nenhuma dessas oposições porque nenhuma
está relacionada a outra. É possível ser honesto, técnico e fazer política. A
maior oposição talvez seja ser eleito e ser honesto, mas não quer dizer que
seja impossível. Politica como ação não
é uma realidade restrita as eleições. É uma pena que a maioria tenha se
convencido dessa mentira. E a pior de todas de que a politica se restringe aos
políticos.
Os discursos
eleitoreiros que se tornaram muito piores neste momento, perderam toda a
materialidade em slogans vazios: a Itália é para os italianos, Zeus acima de
tudo, Pastor bom é pastor morto. Coisas que não dizem absolutamente nada. Quem são
os italianos? Os nascidos na Itália ou os que tem por origem famílias
italianas? Os que decidiram morar lá e colocar seus negócios importantes
gerando empregos não tem os mesmos direitos?
O que é tudo? Todas as coisas? Todas as pessoas? Todas as ideologias? Toda
atividade de pastor é inaceitável? Alguma atividade não pode ser entendida como
metafórica em vez de estelionato?
Governar ou
legislar pressupõe negociar, tentar fazer o melhor POSSÍVEL. A ênfase tem que estar em possível, porque o impossível
nunca se ganha mesmo quando se propõe. O melhor é sempre uma enorme desilusão.
Essa é a parte política. A técnica está em saber o que propor e como propor
para dar um passo a frente no fim de tudo. Mas não adianta saber o que se quer
ou o que é necessário se não se sabe viabilizar, negociar. Afinal nem os mais
próximos pensam igual. A multiplicidade então... É bom que seja o máximo possível
honesto pra perder menos dinheiro no caminho pra aplicação. Mas se o gestor é
burro ou ineficiente de nada adianta ter economizado na feitura já que a obra é
inepta ou inoperante. O desperdício foi maior ainda.
Eu sei que
esse texto é inútil porque as pessoas preferem se apegar a mentiras fáceis.
Construir dogmas em vez de pesar, sopesar argumentos. Estão doidas para
continuar no velório da política enquanto os espertalhões transformaram tudo em
economia, em negócios. Governos comprando o legislativo desde 2004. O legislativo
comprando votos para a própria reeleição sequestrando dinheiro do executivo
desde 2015. Negociar significa ser ingênuo, ser enganado porque a logica não é
mais política, é econômica. Todos querem fazer o melhor negócio, mas não justamente.
Querem um enganar o outro. E quando um malandro encontra um otário... É o mal
de sair da política. Na política se um não confia no outro, nada sai. Nos negócios...